quarta-feira, 10 de novembro de 2010

A relação com Deus através da música




Quando eu era criança, como toda a criança, sempre fui tomado pela vontade paterna e materna. Como a maioria, minha iniciação na vida de Igreja foi involuntária, não me lembro nem do meu batismo!! Já da primeira comunhão eu lembro, mas não tinha ideia de que estava fazendo parte do banquete do Cordeiro Imaculado.
Dessa forma, também, a música entrou na minha vida. Talvez pelo fato de eu ser muito calado quando criança (eu sei que ninguém vai acreditar nisso kkk) meus pais acharam que a música seria a forma de expressão que eu utilizaria. Mas me expressar pra falar o quê?
Na música conseguia organizar meus sentimentos e ações, era a forma que eu tinha encontrado de oração. Poderia dizer que encontrei involuntariamente, hoje, pela fé, o meu de rezar eu o encontrei pelas mãos de Deus. Foi o Eterno Pai quem colocou a música em minha vida. Atualmente, procuro enxergar tudo como a grande “Sinfonia de Deus”. Sabemos que às vezes, por diversos fatores, nossa música, em qualquer ambiente da sociedade, não contribuiu para isso. Ouvimos muito mais ruídos do que sons harmonicamente organizados, em prol de algo maior.
Portanto, aprendamos com o Seráfico Pai, São Francisco de Assis ou, simplesmente Frei Francisco. Ele, em sua humildade, que se dizia “tolo e estúpido”, conseguiu como poucos ouvir e apreciar esta grande “Sinfonia de Deus”. Francisco olhou para toda a criação e ouviu o grande canto da obra da criação, do Irmão Sol, da Irmã Lua, enfim de todas as nossas irmãs e irmãos da natureza. Que ele continue nos inspirando, sempre mais, a termos os olhos e ouvidos abertos para tudo o que Deus nos criou e que “geme” diante de nós.
Para Glória de Deus Pai, em união com Nosso Senhor Jesus Cristo, em comunhão e santificados pelo Espírito Santo. Amém!!!!

2 comentários:

  1. Se fosse ensinar a uma criança a arte da jardinagem, não começaria com as lições das pás, enxadas e tesouras de podar. Levaria a passear por parques e jardins, mostraria flores e árvores, falaria sobre suas maravilhosas simetrias e perfumes; levaria a livrarias, para que ela visse, nos livros de arte, jardins de outras partes do mundo. Aí, seduzida pela beleza dos jardins, ela me pediria para ensinar-lhe as lições das pás, enxadas e tesouras de podar.
    Se fosse ensinar a uma criança a beleza da música não começaria com partituras, notas e pautas. Ouviríamos juntos as melodias mais gostosas e lhe contaria sobre os instrumentos que fazem a música. Aí, encantada com a beleza da música, ela mesma me pediria que lhe ensinasse o mistério daquelas bolinhas pretas escritas sobre cinco linhas. Porque as bolinhas pretas e as cinco linhas são apenas ferramentas para a produção da beleza musical.
    A experiência da beleza tem de vir antes.
    Se fosse ensinar a uma criança a arte da leitura não começaria com as letras e as sílabas. Simplesmente leria as histórias mais fascinantes que a fariam entrar no mundo encantado da fantasia. Aí então, com inveja dos meus poderes mágicos, ela quereria que eu lhe ensinasse o segredo que transforma letras e sílabas em histórias. É assim. É muito simples.

    Rubem Alves

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  2. Claves de Deus em versos de saudade

    Fábio de Melo, scj

    Eu me encontro neste acorde, neste tom
    E me transporto vou nas asas deste som

    Colho as palavras no jardim da inspiração
    E uma saudade faz cantar a minha voz

    É a saudade do lugar de onde eu vim
    E que um dia voltarei a contemplar

    Eu fui criado para voar, ir mais além
    Ir mais distante, o infinito é o meu lugar

    Nada termina, nada tem ponto final
    Nada se encerra onde os olhos podem ver

    Depois da pausa continua a canção
    Depois da espera alegria ao ver voltar

    Pra aliviar o coração que quer voltar
    O criador nos ensinou fazer canções

    Pôs em meu peito o desejo de cantar

    Versos que falam sobre nós
    Claves que falam sobre Deus
    Asas que podem nos levar provar o céu

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